Por
Adriane Garcia
Poética
do ciborgue: antologia de textos sobre tecnopoiesis, de Ernesto
Manuel de Melo e Castro, editado pela Confraria do Vento, traz
ensaios interessantes em que o autor reflete sobre a poesia e as suas transformações
ligadas aos meios tecnológicos. Dos poemas visuais ao infopoema, Ernesto contextualiza
as mudanças ocorridas no modo de fazer o poema.
Na
primeira parte, trabalha-se os conceitos de poesia, transpoesia e repoesia nas
literaturas brasileira e portuguesa. Na segunda parte, o autor nos fala da
poesia concreta e da poesia digital, a infopoesia como uma poética do pixel,
videoposia, transpoética fractal e literatura hipertextual.
Procurando
demonstrar o alargamento do campo da poesia, em que literatura e artes
plásticas se fundem, Poética do ciborgue é um livro curioso, no sentido de
mostrar esses campos da invenção em que a própria palavra (fonética) quer ultrapassar-se
(extinguir-se?).
Com as novas
tecnologias e suportes, hoje com velocidade cada vez maior de aparecimento e desaparecimento,
o poeta também se utiliza das máquinas/próteses na feitura do poema, e essa
visualidade se transforma. O modo de olhar de uma sociedade é influenciado também
pelos suportes que ela utiliza.
***
Poética
do ciborgue
Antologia
de textos sobre tecnopoiesis
E. M. de Melo
e Castro
Confraria
do Vento
2014
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